Diário do Comércio
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- Publicado em Quinta, 19 Abril 2012 22:56
- Escrito por Sílvia Pimentel
O Coordenador da Administração Tributária da Sefaz-SP, José Clovis Cabrera, reconhece os problemas a serem enfrentados pela fiscalização com a medida, que deverá ser votada no plenário do Senado em breve. "Em termos operacionais, a nova cobrança só para importados vai criar uma dificuldade enorme. Não temos como fazer um teste de DNA para identificar com precisão o que é ou não importado", afirmou. Outro ponto do texto que preocupa, na opinião de Cabrera, é transferir para o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) a responsabilidade para a definição dos critérios envolvendo a fiscalização.
A questão da fiscalização pós-fixação de alíquota 4% para os importados também preocupa a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "Ganhamos uma batalha, mas não a guerra", disse o diretor de Relações Internacionais e de Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Gianetti da Fonseca. Ele comemorou a disposição do governo federal em enfrentar os estados que concedem benefícios fiscais a empresas que desembarquem por seus portos, como Santa Catarina e Espírito Santo, e colocar o projeto para votação, mas reconhece que não é a solução ideal para acabar com a guerra fiscal. "Esse projeto, de qualquer forma, é o primeiro passo para negociarmos a aplicação de uma alíquota de 4% tanto para o produto nacional como para o importado", adiantou.
Para tentar coibir possíveis fraudes envolvendo origem do produto ou simulação de importação, Gianetti adiantou que a Fiesp vai monitorar, via sistema eletrônico de comércio exterior, o volume de mercadorias desembarcadas por esses portos. Com a ajuda da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), será possível identificar, por meio das notas fiscais, para onde estão indo os produtos.
Durante o seminário, Gianetti reforçou que a guerra fiscal, incluindo a que se promove pelos portos, tem um peso importante para a perda de competitividade da indústria paulista. "Em oito anos, o coeficiente de importação mais do que dobrou", disse. E o setor de máquinas e equipamentos é um dos mais afetados pela entrada maciça de importados. Nesse caso, o coeficiente de importação chegou em 52% em 2011. Segundo a Fiesp, de 33 setores da indústria, só seis apresentaram queda do coeficiente. "Oferecer incentivo fiscal ao produto importado é um crime Lesa Pátria que precisa acabar para devolver parte da competitividade perdida", disse.
O mau desempenho do setor industrial se reflete na arrecadação do ICMS. Dados atuais da Sefaz-SP mostram que, no período de abril de 2011 a março de 2012 (últimos 12 meses), o recolhimento do imposto pela indústria nas operações próprias (inclui a substituição tributária) recuou 7,8% na comparação com o período anterior. Já o recolhimento do tributo proveniente das importações, em igual comparação, apresentou crescimento de 3,7%.
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