Parcelamentos a vista: é “melhor pingar do que secar”?

Por que será que houve reabertura e concessão de programas para liquidação de débitos estaduais e federais com vários descontos? Será melhor pingar do que deixar secar?

Ditado antigo faz alusão ao clima de parcelamentos de débitos que se instalou nas esferas estadual e federal.

No Brasil, de norte ao sul temos notícia de abertura de programas especiais para liquidação de débitos, com desconto na multa e nos juros.

A abertura de vários parcelamentos no âmbito estadual e federal nos remete a pensar que estamos em um ano de eleição estadual e federal.

Por que será que houve reabertura e concessão de programas para liquidação de débitos estaduais e federais com vários descontos? Será melhor pingar do que do que deixar secar?

É melhor receber pouco do que não receber nada?

Esta prática parece utilizar o mesmo critério da liquidação: no valor da mercadoria em liquidação está contemplado o lucro? Este critério também seria aplicado ao recebimento de tributo em atraso? O valor da multa e dos juros é abusivo, portanto abrir mão não implica em renúncia de receita?

É difícil defender esta prática, pois se de um lado temos um devedor, do outro lado temos aquele que está sempre em dia com as contas.

Como tudo neste mundo é pago, quem mantém em dia as suas contas, acaba financiando quem está em débito com o fisco.

Daí, voltamos à discussão antiga dos contribuintes:

- Para que manter em dia as contas com o fisco, se depois ele “solta” uma medida para pagamento com desconto na multa e nos juros? 

- Outros afirmam, vou aguardar o ano de eleição para aproveitar programas que concedem benefícios.

É neste clima de expectativa, que os empresários costumam perguntar para os seus assessores: Será que este ano de eleição o governo vai liberar programa que anistia multa e juros? Será melhor esperar?

Este comportamento vem se arrastando desde 2000.

Os contribuintes devedores:

Afirmam que em razão de serem vítimas da alta carga tributária: “deixar de pagar tributo é uma questão de sobrevivência”.

Não temos dúvida, que é necessário rever a carga tributária e a burocracia instalada neste país.

Mas uma coisa é certa, quem financia este país é aquele que mantém as contas em dia com o fisco.

Por Josefina do Nascimento

Fonte: Administradores