quarta-feira, 18 de junho de 2014

Brasil ocupa péssima posição em ranking de retorno de impostos à população

Publicação: 17/06/2014 06:00 Atualização: 17/06/2014 07:26

Estudo curioso do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) com base nos 32 países que disputam a Copa do Mundo mostra que o Brasil, embora seja um dos favoritos a levantar a taça, ocupando a terceira melhor posição no ranking da Fifa, é o sétimo na relação arrecadação de impostos/Produto Interno Bruto (PIB) e o 29º num índice que mede o retorno dos tributos à população por meio de serviços de qualidade na educação, na saúde e em outras áreas. “Estamos à frente apenas da Nigéria, Costa do Marfim e da Bósnia e Herzegovina, que oferecem as piores condições aos habitantes pelo que pagam de impostos”, disse o advogado João Eloi Olenike, presidente-executivo da entidade.

O levantamento, batizado de “Copa do Mundo da economia e tributação”, mostra que a carga tributária no Brasil corresponde a 36,27% do PIB (R$ 2,242 trilhões) – esse dado é de 2012, quando o PIB dos Estados Unidos, o maior entre os 32 países que jogam a Copa, fechou em US$ 16,8 trilhões. Por outro lado, o indicador que mede como o poder público aplica os tributos arrecadados em investimentos à população, criado pelo IBPT e chamado de Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade (Irbes), revelou que a nota brasileira foi 135,34.

Quanto maior o valor do Irbes, melhor é o retorno dos serviços de qualidade à população. O Irbes é o resultado da soma da carga tributária com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pela Organização das Nações Unidas (ONU), e que leva em conta áreas como expectativa de vida, saúde, educação. Os Estados Unidos, com nota 165,78, lideram o ranking. No caso da relação impostos sobre o PIB, o maior percentual foi apurado pela França (45,34%), seguida de perto pela Itália (44,40%).

O Brasil também não vai bem no ranking que mede a renda per capita, que reflete um dos melhores coeficientes para expressar a distribuição da riqueza de uma nação. Dos 10 países com maiores rendas per capita sete são europeus: Suíça, Bélgica, Holanda, Alemanha, França, Inglaterra e Itália. “A Itália, Espanha, Grécia e Portugal, mesmo após a recente crise mundial e tendo passado por rígidos ajustes econômicos, aparecem melhor que o Brasil no quesito renda per capita”, diz Olenike.

RENDIMENTO O Brasil, destaca o estudo do IBPT, é a sétima economia mundial, contudo, quando o quesito é renda per capita, o país ocupa a 20ª posição no ranking, com US$ 11,152 mil/ano. A da Suíça, a melhor colocada, é de US$ 85,735 mil. A distribuição de renda no país europeu é 61,5% maior que a dos Estados Unidos, a nação mais rica do planeta, com US$ 53,08 mil/ano.

Por outro lado, o PIB americano corresponde à soma dos 27 primeiros países, na ordem do menor indicador para o maior (32ª posição à 4ª posição), incluindo o do Brasil (US$ 2,242 trilhões). Por sua vez, o PIB nacional é maior do que a soma dos 15 primeiros países, desde que na mesma ordem, do menor para o maior.

Fonte: Estado de Minas

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