quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

NF-e modelo 55 - Implantação aumenta o custo das empresas contábeis

Antes do advento da NF-e modelo 55, os contadores orientavam seus clientes no que tangia às informações que deveriam constar da Nota Fiscal modelo1.

Porém, com o advento da NF-e modelo 55, os contadores não sabiam o tamanho do peso da orientação do então documento fiscal digital.

Os empresários muitas vezes no afã apenas de atender aos prazos ou redução de custo, delegam às pessoa despreparada, a função de instalação do programa e depois para completar o ciclo de postura empresarial, delega a emissão do documento fiscal (eletrônico) a uma pessoa que sequer tem domínio da informática e muito menos o senso de responsabilidade e conhecimento técnico para emissão da NF-e.

Para solucionar esta “questão administrativa”, o empresário chama para a responsabilidade o contador. Muitos empresários “acham” que o contador é o responsável por resolver a qualquer tempo e sem qualquer custo adicional o seu problema administrativo de falta de mão de obra qualificada.

Oras o acionamento a qualquer hora e a todo tempo, tem custado muito caro para os empresários contábeis. E a situação é mais grave nos pequenos escritórios contábeis, que com medo de perder o cliente “não consegue dizer não”.

Com certeza esta “assessoria” quando prestada ao cliente é “gratuita”, pois não está contemplada no contrato firmado de prestação de serviço.

Se este custo fosse de fato repassado seria evitado muitos abusos.

Profissionais contábeis é necessário saber dizer não, sob pena deste comportamento de “dizer sim” a tudo levar a inviabilidade de vosso empreendimento.

Temos visto nos últimos anos, profissionais de empresas contábeis dispendendo horas e mais horas ao telefone, tentando explicar para o cliente os campos que devem ser preenchidos no programa da NF-e.

Muitos empresários optaram por usar o programa de emissão da NF-e gratuito, e quando dá problema liga para o contador.

Existe ainda o problema do Certificado Digital, muitos empresários esquecem a senha, ou deixam vencer o prazo de validade e quando dá problema, liga também para o contador... Por conta disso, hoje muitos escritórios mantém profissionais somente para controlar o vencimento dos Certificados.

Ainda para completar, quando o empresário muda de programa, sem observar reinicia indevidamente a numeração da NF-e. Neste contexto também, perde arquivos XML.
Dai vemos diversas frases, problema:
Com certificado digital;
Com perda de arquivo XML;
Com o programa de emissão da NF-e;
Com o preenchimento de novo campo do arquivo da NF-e;
Com erro na impressão do DANFE;
Com tudo isto o empresário simplesmente afirma: ligue para seu escritório contábil.

Pergunto: quem está pagando por esta conta? Temos aqui um custo invisível.
 
Atualização de versão da NF-e e seus reflexos:
Sem contar que já ocorreram diversas mudanças na versão do programa de emissão da NF-e, o que resulta também em aumento na demanda de orientação das novas disposições. Pois, temos visto que quando ocorre uma atualização do sistema o empresário também entra em contato com o contador.

Com a plataforma SPED, aumentou o nível de exigência de atualização dos profissionais das empresas de serviços contábeis, que além de entender da área técnica de formação, para continuar neste segmento também tem sido exigido acompanhamento e aprimoramento nas mudanças que interferem nos projetos contemplados pelo SPED (EFD-ICMS/IPI, EFD-PIS/COFINS, entre outros). Atualmente existem vários projetos que estão inseridos na plataforma SPED, e um deles e a NF-e modelo 55.

Para atender tudo isto, é necessário que haja a participação do:
EMPRESÁRIO
CONTADOR
PROGRAMADOR (devidamente atualizado com o ambiente SPED)
Este é o tripé, que reunirá conhecimento, experiência, e principalmente esforço, para atender às exigências fiscais.

Cada um em sua área de atuação contribuirá com o processo de adaptação e atendimento as exigências fiscais e tributárias.

Custos que podem inviabilizar a atividade contábil
Já ouvi relatos de contadores que o seu cliente não contratou ninguém para desenvolver um programa para emissão da NF-e, também não contratou faturista e como se não bastasse, não tinha qualquer domínio da informática. Por consequência, não sabia baixar o programa gratuito da SEFAZ, e tão pouco tinha conhecimento de como instalar o Certificado Digital para emissão do documento eletrônico exigido pelo fisco.

Diante deste quadro, o empresário cliente deste pequeno escritório, se dirigiu até o seu contador e consigo levou o computador e também uma sacolinha que continha o Certificado Digital.

Lá o contador, baixou o programa, instalou o Certificado Digital e tentou explicar os procedimentos para emissão da NF-e modelo 55.

Para isto, este cliente simplesmente ficou o dia inteiro no escritório contábil, mas como ele não tinha ninguém na sua empresa como responsável pela emissão da NF-e, e ainda não havia entendido todos os procedimentos para emissão, depois manteve como rotina o acumulo de certa quantidade de notas a emitir, e para solucionar a questão, chamava novamente o contador.

Há de se pensar: considerando que este empresário se diz leigo quando o assunto é informática, como e onde será que estão os arquivos XML das NF-e emitidas e recebidas? O fato de ser leigo o fisco não o isenta de guardar em segurança estes documentos eletrônicos.

Veja de quem é a responsabilidade por orientar este empresário ao uso dos recursos da informática?

Quem vai arcar com todo este custo suportado pelo contador?

Se este contador continuar assim, faltalmente ficará fora deste segmento, pois os honorários cobrados deste “empresário” não cobrem os custos.

No mercado existem diversas pessoas que figuram como “empresários”, porém, não se prepararam para assumir esta postura. Desta forma, não sabe distinguir as suas necessidades para desenvolver atividades na condição de empreendedor. Mas, isto não é motivo para o empresário-contadorl contratado para dar assistência contábil, suportar os seus custos.

Cada empresário deve assumir a sua conta e se quer evoluir, é necessário saber que terá de investir.

O contador deve desempenhar de fato a sua atividade e qualquer outro custo adicional deve comunicar o empresário indicando solução para que este possa desenvolver bem às suas atividades.

Mas o contador não pode ter medo de quando necessário, DIZER NÃO a CERTOS ABUSOS.

Aguardo aqui relatos e sugestões que foram eficazes no seu escritório contábil.

Texto elaborado por Jô Nascimento, em 14 de dezembro de 2011.
As cópias são permitidas, desde que informe a fonte de pesquisa.

Um comentário:

  1. Parabenizo a colega pelo tão bem redigido artigo. Concordo com sua dicção no sentido de indicar que muitos profissionais por medo, acabam criando uma situação insustentável para o negócio contábil, que com o tempo culminará com a extinção de muitos escritórios.

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