domingo, 26 de junho de 2011

Mão de obra qualificada x Pedidos de demissão

Mão de obra qualificada x Pedidos de demissão
Há alguns dias publiquei no blog movimentoantistress, Como crescer no momento em que falta mão de obra qualificada?
Vejam foi publicado no JT e outros jornais de grande circulação: Pedidos de demissão crescem em SP.
Porque será que isso está acontecendo?
Não é difícil de responder esta questão, basta observar em nossa volta o que tem ocorrido nos últimos anos: num mercado aquecido de vagas, o profissional bem qualificado está em busca de melhores oportunidades e salários.
Alguém já viu algum técnico de futebol desempregado? Se for um bom técnico, apenas troca de time. A mesma coisa vem acontecendo com os profissionais bem qualificados, atraídos por melhores salários, planos de carreiras e outros benefícios, estão apenas trocando, saem de uma empresa para trabalhar em outra.
Desde 2009 tenho publicado matérias que abordam este assunto. Chegou num ponto que já não dá mais para esconder a dificuldade das empresas em manter uma boa mão de obra qualificada. Neste momento, somente com um programa de cargos, salários, carreira e benefícios é que as empresas poderão atrair e manter bons profissionais, sob pena de parar de crescer.

Jornal da Tarde:
Pedidos de demissão crescem em SP
Categoria: Empreendedorismo, Empresas, Indicadores, Trabalho
SAULO LUZ
O trabalhador paulistano tem cada vez mais “pedido a conta” para o patrão. Dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que nos primeiros cinco meses deste ano, 297,1 mil profissionais pediram demissão na capital paulista — o maior número nos últimos cinco anos. A quantidade é 27,7% maior que o registrado no mesmo período de 2010 (232,6 mil) e representa 34,3% do total de pessoas que saíram do emprego na cidade entre janeiro e maio.
“Hoje, as pessoas não têm tanto medo de deixar o trabalho como antigamente e sentem confiança em conseguir outro emprego”, diz a advogada trabalhista Gislaine dos Santos, do escritório Gonini Paço, Maximo Patricio e Panzardi Advogados.
Na opinião do economista Sérgio Mendonça, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), os dados refletem a alta mobilidade da mão de obra em São Paulo.
“Com a melhora na economia, as oportunidades aumentaram para todos. Por isso, muitos empregados são atraídos por ofertas de outras empresas com melhores salários e condições logísticas como horários, proximidade de casa, etc”, explica o economista do Dieese.
Empreendedor: Paulo Henrique pediu as contas na indústria onde trabalhava e comprou um minimercado (Foto: Andre Lessa/AE)
De acordo com Sillas de Souza Cezar, professor de economia da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), o fenômeno tende a ser mais forte para os setores onde a mão de obra é mais qualificada. “Neles, o fator demissão — seguro desemprego, medo de recolocação — é menos importante”, diz.
Os setores da economia que mais tiveram trabalhadores pedindo demissão foram Serviços (193.298 solicitações), Comércio (58.037), Indústria de Transformação (23.533) e Construção Civil (20.772). Já os setores que mais criaram vagas foram Serviços (112.178), Construção Civil (24.421), Indústria de Transformação (22.798) e Comércio (15.979).
Segundo Adriana Gomes, coordenadora acadêmica do centro de carreiras da pós-graduação da ESPM e diretora do site www.vidaecarreira.com.br, além de atender a propostas de outras empresas, alguns trabalhadores optam por abrir um negócio próprio.
“Cada vez mais os profissionais empreendem. Antigamente, as pessoas abriam negócio próprio por falta de opção. Esse pode ser um sinal de que hoje os profissionais estão em busca de novos desafios e novas oportunidades”, diz Gomes.
Em maio deste ano, o empresário Paulo Henrique Salim Elkhalil, de 36 anos, pediu demissão do emprego de vendedor em uma indústria na região central de São Paulo.
“Eu não estava satisfeito com o trabalho e pensava em abrir um negócio próprio. Pedi as contas e no dia 30 de abril comprei um mini-mercado”, diz o empresário. “Está dando certo e me sinto bem melhor. Estou trabalhando muito mais, mas estou mais feliz”, afirma Elkhalil.

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